Há quase duas décadas o Aquidauanense viveu de brilharecos e perdeu vagas em competições nacionais
Aquidauana teve três clubes profissionais em 42 edições do Campeonato Sul-Mato-Grossense. Esporte Clube Aquidauana, Botafogo de Aquidauana e o Aquidauanense.
O Aquidauanense herdou as cores do antigo Esporte Clube Aquidauana, algo comum no estado. Para burlar as dívidas, muda-se o nome e o CNPJ para contrair novas dívidas.
O Esporte Clube Aquidauana desapareceu em 1990. Oito anos depois, o Botafogo disputou a Série A uma única vez. Foi então que em 2001, surgiu o Aquidauanense.
Sua primeira participação foi na Série B de 2004. O time chegou ao quadrangular final da Série B mas terminou em último numa competição de 11 clubes.
Em 2005, o time não jogou. No ano seguinte, nova tentativa na Série B mas acabou em penúltimo do seu grupo na competição que teve 19 clubes.
Em 2007 numa competição com 16 times, o Aquidauanense ficou em décimo lugar, mas a FFMS burlou o Estatuto do torcedor e mudou a Série A que tinha 11 clubes naquele ano, para 16 em 2008.
Naviraiense e Comercial subiram com direito garantido às duas vagas que dizia o regulamento enquanto União, Ivinhema, Maracaju, Pantanal, Misto e Aquidauanense, entraram graças ao “golpe” no regulamento. Em 2008, o Aquidauanense foi o último colocado e em mais um golpe no Estatuto do Torcedor, não caiu.
Houve salto de 16 para 18 clubes e o azulão não foi rebaixado ao lado do Coxim. Em 2009, campanha segura que fez o time passar da primeira fase mas responsável pelo vexame de levar 6 a 0 do Comercial na última rodada. Resultado improvável pois o colorado lutava contra a degola e se salvou com este placar do rebaixamento.
Em 2010, o azulão ficou a três pontos do rebaixamento. O clube trouxe Paulo Zagallo que não conseguiu fazer o time passar de fase. Aí veio 2011, ano histórico para o time do interior.
Naquela campanha, o time se classificou na última rodada deixando a Serc para trás. No mata-mata, eliminou Águia Negra fora de casa, goleou o Comercial na semifinal no Morenão e perdeu a decisão para a máquina que era o Cene.
No ano seguinte, com cota de Copa do Brasil e investimento maior, o fez a segunda melhor campanha da 1ª fase mas caiu nas quartas de final diante do Naviraiense após derrota fora de casa por 3 a 1 e empate por 2 a 2 no Noroeste.
Em 2013, terceira melhor campanha da 1ª fase mas novamente foi eliminado em casa diante do Itaporã que foi buscar a desvantagem vencendo por 2 a 1. 2014, o time caiu e finalmente foi rebaixado. Não houve mudança de Estatuto de Torcedor ou regulamento que salvasse a péssima campanha.
O Aquidauanense foi o penúltimo da primeira fase e foi para a Série B. Em 2015, liderou toda a 1ª fase mas caiu no quadrangular final ficando na terceira colocação atrás de Itaporã e Operário.
Mas uma nova infração no Estatuto do Torcedor, fez o Aquidauanense subir pela janela. O Itaporã desistiu fora do prazo previsto pelo Estatuto do Torcedor, foi punido, mas nenhum clube poderia entrar no lugar. A FFMS rasgou a lei e colocou o Aquidauanense no Estadual 2016 que jogou fora de Aquidauana por falta de laudos, toda a competição. Os deuses do futebol, fizeram sua parte e o time foi rebaixado mais uma vez e com a pior campanha da história sem nenhuma vitória.
Em 2017, o azulão foi morar no céu. Voltou em 2018 na Série B e conquistou o único troféu na história do profissional. Foi vice em 2019 após quase ser rebaixado pela escalação irregular de Alex Farias perdendo a final para o Águia Negra. Garcia, inflacionou a folha em 2020 mantendo vários jogadores que conduziram a equipe ao vice-campeonato e que após o Estadual 2019, jogaram grandes competições do futebol amador da capital.
Quando veio a pandemia, não teve condições de bancar o time na Série D, mesmo com 120 mil reais provenientes da CBF e 550 mil da Copa do Brasil. Levou os atletas Sub-19 do União para disputar a fase eliminatória e caiu diante do Real Noroeste. Ao microfone da Rádio Avenida, deu “graças a DEUS” pela eliminação.
Não cumpriu o acordo com Fábio Manso, presidente do União, e não pagou nenhum atleta que lá esteve. Criticou duramente a Prefeitura Municipal por falta de apoio, mas na única prestação de contas que fez nesses anos todos de Aquidauanense, lá consta auxílio de 170 mil reais.
Devido a péssima gestão que pagou demais para a “nata do futebol amador da capital”, primeiro fez parceria com garotos e agora, com empresário indicado pelo técnico Mauro Marino. Tomou em 2021, 13 a 1 de Aparecidense e Rio Branco-ES. Se juntarmos com 2020, 19 a 3 para os rivais que tiraram graças a esta péssima gestão de João Garcia, uma vaga na Série D e outra na Copa do Brasil de Mato Grosso do Sul.
Se ele tivesse responsabilidade financeira, teria montado um time mais qualificado e não entregaria primeiro a garotos e depois a um empresário, a sorte das vagas do estado nas competições nacionais. João Garcia não é herói de ninguém, é o grande vilão que colocou Mato Grosso do Sul no fundo do poço assim como Tony Vieira fez na década retrasada fazendo o estado perder vaga na Série C.
Companheiros da crônica esportiva de Aquidauana afirmam que João Garcia não tem mais credibilidade com ninguém na cidade e que caso não largue o osso, o azulão está fadado a ir morar no céu como os outros clubes da cidade.
A arrogância de achar que fez algo quando não fez nada, é o principal motivo do fiasco do azulão que viverá de comemorar Sub-19 sem vender ninguém, comemorar vaga em Copa São Paulo, em Copa do Brasil, em ser vice-campeão e afundar de uma vez por todas, MS no cenário do futebol. Parabéns a todos os envolvidos que fecharam os olhos para o que estava acontecendo em Aquidauana e só olhou para resultados que não nos trouxe relevância nenhuma.
Nos resultados que interessava, o Aquidauanense foi massacrado e encerra sua participação com um sonoro 19 a 3. Mas tem boa notícia? Claro que tem! MS não será representando pelo Aquidauanense e os blue-caps responsáveis pelo fiasco. Agora a pressão é toda do Costa Rica e de Melchior Batisti fazer melhor, o que convenhamos, não é muito difícil.
Ao Águia Negra resta chegar a terceira fase e os rivais de Tocantins e Roraima, sucumbirem na fase de grupos. Se isso acontecer, a segunda vaga na Série D será mantida.
Mas na prática, a chance de isso acontecer é a mesma de João Garcia reconhecer todos os seus erros. Praticamente zero!