Vila goleou o azulão no OBA - Foto: Rádio Sagres
Acabou a participação do Aquidauanense na Copa Verde 2021. Na noite desta quinta-feira(04), o azulão perdeu por 7 a 0 para o Vila Nova pelo jogo de volta das quartas de final e deu adeus a competição nacional após eliminar Gama e Atlético-AC.
Porém, os garotos que jogaram pelo azulão, mostraram para quem ainda fecha os olhos para a base, que é a única coisa que poderá dar retorno a longo prazo para tirar o futebol do fundo do poço no estado.
Em MS, nenhum clube tem base. Alguns apostam em algumas categorias específicas e mesmo assim, não tem estrutura suficiente nem competições no nível que deveriam ter.
Clubes quando embolsam dinheiro da Copa do Brasil não investem nenhum centavo na base, geralmente pela dívida adquirida no passado e isso se tornou um circulo vicioso.
A Federação coloca em seu edital de convocação para os campeonatos profissionais, a obrigatoriedade de o clube ter disputado ao menos uma categoria de base por temporada.
Ás vésperas do encerramento da temporada, Águia Negra, Naviraiense, Coxim e Moreninhas, não disputaram nenhuma, mas até o fim do ano deveremos ter um fim de semana de qualquer categoria para que os atrasados cumpram o artigo ou o Presidente Cezário cancele como fez ano passado.
Ano passado a desculpa foi a pandemia para livrar os clubes, ou seja, não está preocupado em estruturar a base ou o futebol do estado, apenas beneficiar seus "filhos" que só ligam pro futebol das séries A e B.
Clubes e Federação estão de mãos dadas neste afundamento do nosso futebol por não fomentarem, não organizarem e não se importarem com algo que de fato pode tirar os clubes do fundo do poço.
Até a imprensa que teimosamente acompanha as competições desorganizadas pela entidade entra nesta bagunça. No Estadual Sub-20 em jogos no Morenão, fomos convidados a nos retirar pois o estádio tinha que ser fechado por determinação da UFMS e acatado pela FFMS que paga a conta dos clubes no local.
O estado é celeiro de bons atletas mas quando surgem, o amadorismo dos clubes permitem que saiam de graça e sequer tragam retorno financeiro pois não estão legalizados conforme exige as legislações que regem o esporte.
Da Ora foi embora para o Atlético-GO provavelmente de graça já que o vínculo profissional no estado, dura até o término das competições. Seduc e Aquidauanense não tem documentação de clubes formadores o que na possibilidade de futuras negociações, não darão nenhum retorno financeiro.
Algumas provas já temos ao longo da última década. Mauro Marino tem dado resultado na base que nunca deu no profissional revelando vários atletas e avançando de fase em competições nacionais que disputa com esses garotos.
Seduc, União e Grêmio Santo Antonio, com títulos e participações em competições nacionais, já mostraram também que há um caminho sendo percorrido da maneira esportiva correta dentro das possibilidades do nosso futebol.
Em comum entre eles, a incompetência administrativa de unir os resultados esportivos obtidos, com revelação de atletas e retorno financeiro.
Os dirigentes precisam entender que não adianta montar categoria, dizer que tem base e comemorar Estadual com troféu e medalhas com logo de campeão colada com "cola tenaz" sem retorno financeiro e isso passa por deixar os clubes prontos para receber os mecanismos de bonificação.
Estamos muito aquém do que precisa ser feito mas o que os garotos que entraram em campo pelo Aquidauanense mostraram, confirmam que o caminho pra sair do futebol inexistente é este ou continuaremos ter os dirigentes e torcedores "flanelinhas". Aqueles que só comemoram "vaga".